quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Outros caminhos...
Noutras mergulhamos em poços que nem cavámos, enterramos felicidades e boas memórias. Mas não valemos mais? Definitivamente não!
Porquê este antónimo de razões e este mistifório de emoções?
É preferível pedir ajuda para subir montanhas do que subir muros que podemos apenas derrubar...
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Deslumbramento
Faz de mim o teu boneco
Fito-te e não me esqueço
do dia em que casámos
sem o teu consentimento
Nem sequer falámos...
Tira-me tudo. Menos os olhos
para te ouvir e cheirar
para te poder abraçar
e correr desenfreado
Mas se apenas te tocar
sou um ser realizado
Faz-me chorar todos os dias
Insulta-me e vergo-me a ti
Tortura-me e canto-te um verso
Humilha-me e serei sempre teu
Porque se assim não for
nunca mais serei eu...
Atinge-me com a tua flecha
Fere-me com a tua espada
Jorrarei sangue por ti
E no instante mortal
se a tua imagem continuar vendo
Morro...de morto nascendo...
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Campos comuns...
persegues as minhas noites
Somos UM! eu sei...
sou tudo o que sempre quiseste que eu fosse
mas não mudei!
Às vezes contesto-te
és teimosa e mereces
Exagero! eu sei...
mas sou tudo o que sempre quiseste que eu fosse
e não mudei!
És linda, majestosa
tens as feições perfeitas
A beleza não é tudo! eu sei...
já sou aquilo que sempre quiseste que eu fosse
nunca mudei!
As conversas surgem naturalmente
os conteúdos completam-se
Mas o amor não é simétrico! eu sei...
vês-me como tudo o que sempre quiseste que eu fosse
e achas que mudei!
Mas naquilo que tenho razão
e que peço que mudes rápido
Sou impaciente! eu sei...
Eu gosto de ti assim
mas mudarás por mim?
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Arcos de papel e flechas de tinta
E dizem: Se fosses meu
Fito-as muito abismado
Afinal eu sou passado
O medo já se venceu
de usar letras e línguas
e dizer onde não vivi
Agora olho para ti
respondo-te: ai que saudades
que memórias desse tempo
e a mais louca das verdades
é pensar que foi vivido
e sonhado ao mesmo tempo
Porque voltei?
pergunto-me sem nada ouvir
E na nossa miscelânea
julgo apenas caminhar
sobre o que estou a urdir
ouço o barulho dos grilos
corro! e num abraço
percebo que os que mais viajam
vagueiam por lá e dizem
é a primeira vez que aqui passo
Alimentam-se de Lua
Nova! mas tão crescida
e a força que a noite possua
deixa pavios acesos
e a vela derretida
...
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
O pulsar atrás das grades
passem e digam adeus
percebam que no labor
na árdua luta e na dor
não gosto de vos dizer meus
Já tentei incentivar-vos
a deixarem-me só comigo
mas ao fim de toda a luta
perguntam-me por vós e acho
que sozinho não consigo
E continuam correndo
fugindo para o vazio
Nós aqui vamos crescendo
com os olhos vamos lendo
o vosso olhar tão frio
Esconderam-se e agora?
Nem quero saber mais!
viajamos sem ir embora
e num balcão partilhamos
o perfume dos giestais
Outros que uivam à Lua
quero que nos chamem putos
de ti já nem sei o nome
mas pensando na cadência
sois incrivelmente brutos
Já só a menina Aurora
nos faz voltar a ter medo
mas até ela chegar
em ti não vou mais pensar
Tem calma! Ainda é CEDO!
domingo, 4 de novembro de 2007
Clausura encantada
Nessas paviagens, as expectativas são ínfimas e os sorrisos ficam por inventar; não levamos armas pois temos a certeza que as balas se escusam e as malas vão cheias de tudo o que de vazio o vento nos traz.
E na chegada, sorrimos imediatamente, acto imprevisível e logo desvalorizado. Cepticamente acreditamos que é único o momento, aliás foi...
De súbito, prendem-nos, agarram-nos num abraço, abrimos os olhos e cheiramos vida por trás do presumível deserto. Já lamentamos a falta de armas e a brisa nocturna traz com ela pedidos de agasalho.
O momento acontece.
Num palheiro, encontramos espadas, numa rua o mar, e na palma da mão um mapa ilustrado.
Largamos lamentos e sentidos menores, mergulhamos na superfície rugosa e batemos calcanhares para apanharmos aquilo que julgávamos no bolso.
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Paviagem... cá fora e lá dentro
Enfrentando o público de uma forma muito corajosa, faz da música um excelente aliado para toda a intensidade da sua actuação performativa.
Usa a pintura como meio para transmitir a força do seu espectáculo e consegue-nos surpreender de uma forma incrível.
...não são precisos mais adjectivos para definir o que Dan faz.
Com os seus próprios olhos em http://br.youtube.com/watch?v=iRbhaZ5W-lM
"Meiga Lua"
e as culturas se misturam
Na rua tudo é contente
parecem moscas a gente
e convenções se torturam
Há riso e reunião
e vontade de viver
mas a vida em comunhão
tem viveres de emoção
que faz a razão sofrer
Há magia nesta margem
do rio do entendimento
adoramos essa viagem
somos os que na vida agem
a favor do sentimento
Encontramos horas incrívelmente sugestivas...e nessas alturas mordemos a maçã da vida, trincamos vivências e saboreamos histórias de piratas do urbano que salteiam cada barco como se do último exemplar se tratasse...
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Não Mata nem mói...
E à quarta faixa do novo cd de Vanessa da Mata intitulado “SIM”, encontramos “Boa Sorte, Good Luck”, um fantástico dueto da artista brasileira com Ben Harper.
Contrastando a voz mais aguda e alegre de Vanessa da Mata com a voz rouca e desconcertante de Ben Harper, o tema tem uma melodia animada e cheia de ritmo que nos leva a soltar um sorriso, tornando-se uma excelente injecção de boa disposição.
Além disso, há uma consonância dissonante no ritmo com que cada um encaixa a letra na música, algumas vezes em sobreposição, e em línguas diferentes, oferecendo ao ouvido uma sensação maravilhosa e artisticamente incrível.
São quase 4 minutos de uma experiência auditiva interessantíssima, onde dois excelentes artistas produzem uma música com boa instrumentação, letra sugestiva onde, como se ouve, “há um desencontro, veja por esse ponto”.
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Companheiros de cera
Em idades difíceis, com desejos constantes, surgem revoltas que irremediavelmente nos vão marcar para o resto da vida. Esse sentimento é uma manifestação de união e força que vence barreiras e obstáculos navegando nesse barco tão majestoso : A AMIZADE
Nessa sequência, segue-se a minha paviagem desse saudoso passado ...
Afinal a terra também tem sementes
Afinal a flor chega na Primavera
Afinal a Lua Nova tem crescentes
Afinal o rugido não faz a fera
Afinal o passarinho também voa
Afinal as crias também são animais
Afinal a inocência também ressoa
Afinal as maiores asas não voam mais
Afinal nem tudo é conhecimento
Afinal a rua tem esquina
Afinal o crescer tem entendimento
Afinal Carpe Diem é doutrina
Afinal o cabrito também cresce
Afinal corre-se com gosto no prado
Afinal as andorinhas nem sempre emigram
Afinal vive-se de frente lado a lado
Afinal o negro nem sempre é triste
Afinal há alguém para lá do passeio
Afinal o vaguear não existe
Afinal há poder no auditivo
Afinal há força nas estrelas
Afinal não há ninguém, há colectivo
Afinal não há Vela, há Velas
E como é tão bom para a vida…
Saber que há sempre um sacana a pregar-nos uma partida
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Os desígnios da Arte são insondáveis
Arte...Arte...Arte...cruzo-me com ela a toda a hora; mais risonha, mais sisuda, mas sempre ela verdadeira e autêntica. Trocamos olhares(os olhos são essenciais em todo este processo), tiro-lhe todas as medidas, mudo a minha rota para a seguir e só essa perseguição já vale por todo o esforço despendido.
Arte...Arte...Arte...ao contrário lê-se ETRA...quase Letra.
Talvez seja mesmo essa a verdadeira definição, Letra!...tão simples e ao mesmo tempo tão complexa, capaz de formar inúmeras combinações.
Voltando à minha musa, e como sou muito respeitador(ou antiquado), vou começar a escrever-lhe cartas...Talvez as possa partilhar nas próximas paviagens
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Sugestões
Usando personagens-tipo, pessoas características do meio urbano do Porto, conseguiu através de uma escrita aliciante e ambiciosa, um conjunto de estórias soltas que nos transportam inúmeras vezes para a criação de imagens mentais dos retratos escritos que apreciamos.
Confesso que no fim do livro , me apetecia voltar a fitar a capa e desfolhá-lo lentamente, selecionando as melhores pinturas e visitá-las uma segunda, terceira, quarta vez.
Recomendo vivamente...e despeço-me... até à próxima Paviagem
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Onde há fumo... há fogo
Perigoso?..NÃO...apenas flamejante...intenso e nocturno como tudo o que a razão deixa escapar...
Apenas cinza? SIM!.. Mas pronta a renascer!!!