domingo, 4 de novembro de 2007

Clausura encantada

Há sítios onde encontramos pedaços de ouro, por entre a miséria e onde descobrimos a verdadeira riqueza quando só cinza e nada nos salta aos olhos.
Nessas paviagens, as expectativas são ínfimas e os sorrisos ficam por inventar; não levamos armas pois temos a certeza que as balas se escusam e as malas vão cheias de tudo o que de vazio o vento nos traz.
E na chegada, sorrimos imediatamente, acto imprevisível e logo desvalorizado. Cepticamente acreditamos que é único o momento, aliás foi...
De súbito, prendem-nos, agarram-nos num abraço, abrimos os olhos e cheiramos vida por trás do presumível deserto. Já lamentamos a falta de armas e a brisa nocturna traz com ela pedidos de agasalho.
O momento acontece.
Num palheiro, encontramos espadas, numa rua o mar, e na palma da mão um mapa ilustrado.
Largamos lamentos e sentidos menores, mergulhamos na superfície rugosa e batemos calcanhares para apanharmos aquilo que julgávamos no bolso.

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