sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Paviagem... cá fora e lá dentro

A arte performativa consegue ser incrivelmente estimulante e surpreendente. Um grande exemplo contemporâneo deste tipo de arte, que tem raízes no início do século passado, é Dan Dunn.
Enfrentando o público de uma forma muito corajosa, faz da música um excelente aliado para toda a intensidade da sua actuação performativa.
Usa a pintura como meio para transmitir a força do seu espectáculo e consegue-nos surpreender de uma forma incrível.
...não são precisos mais adjectivos para definir o que Dan faz.

Com os seus próprios olhos em http://br.youtube.com/watch?v=iRbhaZ5W-lM

"Meiga Lua"

E quando tudo é sorridente,
e as culturas se misturam
Na rua tudo é contente
parecem moscas a gente
e convenções se torturam

Há riso e reunião
e vontade de viver
mas a vida em comunhão
tem viveres de emoção
que faz a razão sofrer

Há magia nesta margem
do rio do entendimento
adoramos essa viagem
somos os que na vida agem
a favor do sentimento

Encontramos horas incrívelmente sugestivas...e nessas alturas mordemos a maçã da vida, trincamos vivências e saboreamos histórias de piratas do urbano que salteiam cada barco como se do último exemplar se tratasse...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Não Mata nem mói...

E à quarta faixa do novo cd de Vanessa da Mata intitulado “SIM”, encontramos “Boa Sorte, Good Luck”, um fantástico dueto da artista brasileira com Ben Harper.

Contrastando a voz mais aguda e alegre de Vanessa da Mata com a voz rouca e desconcertante de Ben Harper, o tema tem uma melodia animada e cheia de ritmo que nos leva a soltar um sorriso, tornando-se uma excelente injecção de boa disposição.

Além disso, há uma consonância dissonante no ritmo com que cada um encaixa a letra na música, algumas vezes em sobreposição, e em línguas diferentes, oferecendo ao ouvido uma sensação maravilhosa e artisticamente incrível.

São quase 4 minutos de uma experiência auditiva interessantíssima, onde dois excelentes artistas produzem uma música com boa instrumentação, letra sugestiva onde, como se ouve, “há um desencontro, veja por esse ponto”.

Muito boa surpresa.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Companheiros de cera

Em idades difíceis, com desejos constantes, surgem revoltas que irremediavelmente nos vão marcar para o resto da vida. Esse sentimento é uma manifestação de união e força que vence barreiras e obstáculos navegando nesse barco tão majestoso : A AMIZADE

Nessa sequência, segue-se a minha paviagem desse saudoso passado ...


Afinal a terra também tem sementes
Afinal a flor chega na Primavera
Afinal a
Lua Nova tem crescentes
Afinal o rugido não faz a fera

Afinal o passarinho também voa
Afinal as crias também são animais
Afinal a inocência também ressoa
Afinal as maiores asas não voam mais

Afinal nem tudo é conhecimento
Afinal a rua tem esquina
Afinal o crescer tem entendimento
Afinal Carpe Diem é doutrina

Afinal o cabrito também cresce
Afinal corre-se com gosto no prado
Afinal as andorinhas nem sempre emigram
Afinal vive-se de frente lado a lado

Afinal o barco continua cheio
Afinal o negro nem sempre é triste
Afinal há alguém para lá do passeio
Afinal o vaguear não existe

Afinal há poder no auditivo
Afinal há força nas estrelas
Afinal não há ninguém, há colectivo
Afinal não há Vela, há Velas

E como é tão bom para a vida…
Saber que há sempre um sacana a pregar-nos uma partida